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Jorge Moraes

Carros danificados nas enchentes nem sempre são cobertos pelas seguradoras

Jorge Moraes

12/02/2020 09h46

As imagens de carros caríssimos, como um Lamborghini Huracán, submersos na garagem de um prédio em São Paulo circulou pelo país, chocando muita gente e abrindo os questionamentos sobre a cobertura do seguro automotivo nesse tipo de situação. O Centro de Qualificação do Corretor de Seguros (CQCS) fez um levantamento junto à Superintendência de Seguros Privados (SUSEP), que constatou que os estragos das inundações são cobertos quando não há agravamento de risco. Mas o que isso significa? É o que vamos responder.

As seguradoras ressaltam que a cobertura de seguros aos veículos dependerá do que está descrito na apólice de cada veículo e que é importante que os proprietários chequem as condições estabelecidas na apólice entender sobre os seus direitos.

Mas ter a cobertura descrita na apólice não quer dizer, necessariamente, que o proprietário do carro terá direito ao benefício nos casos de enchentes e alagamentos. Nesses casos, a seguradora não irá ressarcir o condutor caso fique provado o agravamento de risco, ou seja, se o motorista decidir avançar o carro em direção a área alagada. Não é caso dos carros que ficaram submersos na garagem em São Paulo (fotos).

O CQCS ouviu Débora Loureiro, da Beck Seguros, que explicou a importância de os proprietários de veículos em ter conhecimento sobre o que as seguradoras consideram como agravamento de risco. "Muitas pessoas não têm conhecimento e na hora do desespero acabam tentando enfrentar a água, mas infelizmente, se tentar resolver dessa forma, acabam se prejudicando em relação ao seguro", aponta.

A seguradora terá que ressarcir o cliente caso o carro esteja estacionado na rua ou na garagem. Perícias podem provar as circunstâncias do veículo no momento da enchente, o que decidirá sobre o pagamento ou não dos prejuízos.

Fotos: Reprodução da internet

Diante desses fatos, o recomentado pelas seguradoras é que o motorista em situação de alagamento desligue o carro e não force o motor. É recomendado também que o corretor do seguro seja contatado para solicitar um guincho para retirar o carro da situação de risco. "Deu enchente? Está alagado? Não tem como passar? Larga o carro e vai para algum lugar seguro, que a seguradora vai guinchar o carro e pagar o sinistro", completa Débora.

Sobre o Autor

Jornalista, Jorge Moraes trabalha com o segmento automotivo desde 1994. Presente nos principais salões internacionais, é editor do caderno de Carros no Diário de Pernambuco, diretor e apresentador do programa Auto Motor na Band, e âncora do programa CBN Motor na rádio CBN Recife.