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Jorge Moraes

As telas gigantes nos carros são tendência ou extravagância das marcas?

Jorge Moraes

26/11/2019 07h00

Tesla Model S

Por Jorge Moraes

Los Angeles – O Mustang Mach-E será o novo multiplicador das telas gigantes à bordo? Uma peça de 15,5 polegadas inspirada entre tantas outras, como aquelas que são aplicadas nos automóveis da Tesla, como a de 17 polegadas para os modelos X e S. No novato da turma, o Model 3, a medida é menor um pouco, 15''. Na vertical ou mesmo horizontal elas impressionam pela definição e entrega de serviços para as projeções de APPs e funções do veículo.

Mustang Mach-E

Mas será que o telão no painel é algo que promete impressionar? Virou tendência? O engenheiro e vice-presidente da Ford, Rogélio Golfarb, diz que a empresa está aplicando o que existe de mais moderno em termos de conectividade. E cá pra nós ele tem razão. Conheci telas e processadores que atuam em carros de alto padrão e a proposta de desenvolvimento da montadora, que vai fazer a estreia no segundo semestre de 2020 do Sync quarta geração, é intuitiva ao ponto da inteligência artificial ser um dos fatores decisivos da compra. A tecnologia está forte. Veja como se movem os carros populares com My Link, info entretenimento da Volks entre outros… Sem contar as sacadas da
Volvo e da Mercedes-Benz com suas centrais inteligentes.

Tesla Model X

Além da tecnologia existe a relação do bem-estar? Sim. Para o analista de marketing e engenheiro, Jaime Ribeiro, as pessoas estarão dispostas a assistir filmes e até mesmo ler livros no tempo livre dentro do automóvel. Claro que em um estacionamento seguro. "Certamente uma tela de 15 polegadas sendo até mesmo levemente maior se tornará a continuidade do tablet ou do seu notebook. Veja, por exemplo, a revolução digital das televisões prevista para começar no próximo ano. Isso não será diferente entre os automóveis".

Mercedes G63 AMG

Aplicativos em alta e, quase sempre, o Alexa entre eles. Golfarb fala que a Ford desenvolveu toda a tecnologia para cirurgicamente atender às necessidades do condutor cada vez mais dependente da inteligência artificial e do comando de voz. "Está muito além do simples fato de você acessar o navegador, ou usar a Siri e o Google até mesmo ser instruído a encontrar um restaurante mais próximo ou aquela farmácia. Estamos tratando do futuro à serviço dos novos hábitos do condutor e seus pares".

Perguntei se no Brasil, o SUV Territory traria algo semelhante ao do Mustang March-E mas o executivo disse que "o produto vai oferecer um outro dispositivo de recursos semelhantes mas o que vimos no SUV Mustang, por enquanto, é exclusivo". Aperto um pouco mais: Poderemos esperar algo, tipo, mais ousado para a nova geração do Ecosport? Temos um tempinho ainda pela frente, respondeu sorrindo.

Telão chinês

São 49 polegadas no total que considero um tanto exagerado da start-up chinesa Byton. Será que a nova Tesla vem da China? Eles produzirão carros elétricos como o crossover M-Byte de painel gigante e outras cinco telas de apoio tipo tablet na base do volante projetando imagens externas, as funções do veículo, que aboliu os retrovisores, e a adaptação ao nível 4 do programa de autonomia (dirige sozinho). Ainda assim tem as do console central de oito polegadas assim como a dos apoio de cabeça dos bancos do motorista e passageiro.

Byton M-Byte

A Byton com sede em Nanjing, surgiu há dois anos fruto de uma parceria de ex-executivos da BMW e da Infinity, marca da Aliança Renault, Nissan, Mitsubishi, com investidores que aportaram 200 milhões de dólares de olho na largada da "concorrente" Tesla que nada de braçadas no segmento premium dos carros elétricos conectados.

Byton M-Byte

Sobre o Autor

Jornalista, Jorge Moraes trabalha com o segmento automotivo desde 1994. Presente nos principais salões internacionais, é editor do caderno de Carros no Diário de Pernambuco, diretor e apresentador do programa Auto Motor na Band, e âncora do programa CBN Motor na rádio CBN Recife.